domingo, 24 de agosto de 2008

Êxtase de Santa Terezinha


Poucos místicos tiveram a oportunidade de entrar num estado de levitação ou de êxtase.Através de uma profunda meditação chegar a um determinado estágio de transcender a alma.Muitos fizeram e tiveram esta experiência fantástica de experimentar a intimidade com DEUS através do êxtase.
Quero lembrar entre tantos outros Santa Terezinha.
Santa Teresinha do Menino Jesus viveu a espiritualidade mais simples, aquela que nos ensina Nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos: “deixem que os pequenos venham a Mim e não se lhes proíbam, porque deles é o reino dos céus”(Mt 19,14). Ela viveu uma vida muito simples, mas de grande santidade. A palavra “santidade” nos soa hoje como algo do passado ou que interesse apenas às monjas. Dizer “eu quero ser santo” não agrada aos ouvidos, pode parecer loucura ou presunção. Mas, sem dúvida, todos somos chamados à ‘santidade’. Poderemos nos perguntar, mas como posso ser santo neste mundo, neste estado de vida que escolhemos, na vida matrimonial, na vida familiar, no trabalho, na vida cotidiana? Em que consiste a santidade?

Santa Teresinha nasceu em Alençon, Franca, no dia 2 de janeiro de 1973. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Teresa Martin. Seus pais Luís Martin e Zélia Martin, quando jovens aspiraram ingressar na vida religiosa, mas Deus tinha outros planos para eles: formar uma família verdadeiramente cristã. De fato, suas cinco filhas ingressaram na vida religiosa: Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa. Leônia ingressou no Convento da Visitação e as outras no Carmelo Descalço.

Teresinha ficou órfã de mãe aos três anos de idade. Suas irmãs se encarregaram de sua educação e formação cristã. Este é um exemplo de como a formação dos pais é tão importante na geração de bons cristãos.

Teresinha viveu uma infância muito feliz, de modo especial por ser a “predileta” de seu pai. Teve também momentos difíceis, como a longa enfermidade que não pôde ser bem compreendida pelos médicos da época. Teresinha foi curada milagrosamente ao contemplar uma pequena imagem da Virgem Maria cujo semblante se transformou e resplandeceu uma surpreendente formosura. Teresinha nos conta que Nossa Senhora respirava bondade e ternura inefáveis. Mas o que atingiu o mais íntimo de sua alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. A partir de então foi curada de sua terrível enfermidade.

Aos 14 anos, mergulhada num mar de escrúpulos, e depois de pedir insistentemente a Jesus que a curasse, recupera a saúde numa noite de Natal. Ela chamará esta graça de “a graça do Natal”.
Logo após esta cura recebe de Deus o chamado para o Carmelo. Ela não quer duvidar, mas pede a Deus que confirme o seu desejo. Deus lhe dá o sinal que é um pedido e confirmação de sua vocação. Ele a deseja na vida religiosa, para que ofereça suas orações e sofrimentos para a conversão dos pecadores.

Teresinha pede a Deus a conversão para um criminoso condenado à morte que não apresentava nenhum sinal de arrependimento. Deus escuta e responde às preces de Teresinha. No último momento, prestes a ser executado, o homem se aproxima do crucifixo que antes havia repelido, beija-o e pede perdão a Deus.

Através desta prova ela não mais duvidará que Deus a chama para o Carmelo, para onde vai, segundo seu próprio testemunho, “salvar almas e rezar especialmente pelos sacerdotes”.

Devido à sua pouca idade (quinze anos), negam-lhe a entrada no Convento. Porém, cheia de amor a Deus, visita o bispo que lhe nega o ingresso no Carmelo. Mas ela viaja a Roma com seu pai para falar com o Papa Leão XIII, que lhe diz: “Será feito o que Deus quiser”. Ao regressar a Lisieux encontra as permissões solicitadas e entra no Carmelo Descalço no dia 9 de abril de 1888.

Sua vida no Carmelo foi de um imenso amor a Deus através de uma vida de grande simplicidade, humildade, amabilidade e capacidade de serviço para com suas companheiras, especialmente com aqueles que não a tratavam bem. Em seus escritos ela nos diz: “desde o princípio encontrei mais espinhos que rosas, o sofrimento me abriu os braços e eu o aceitei com amor”.

Sofreu diversas provações espirituais e começa o calvário de sua enfermidade (tuberculose) no dia 3 de abril de 1896, em uma Sexta-feira santa. Enfermidade que a irá aniquilando por um ano e meio, mas que a fortalecerá sua vontade e seu amor a Deus, levando-a a aceitar sua dor com paciência e amor, pela salvação das almas.

No dia 30 de setembro de 1897, pelas sete e vinte da noite, morre Santa Teresinha depois de uma agonia de dois dias. Suas últimas palavras, depois de aceitar prosseguir sofrendo pela salvação das almas, foram: “Eu vos amo, meu Deus, eu vos amo!”
Depois de proferir estas palavras, tocaram-se os sinos e a comunidade se reuniu para testemunhar o êxtase da santa moribunda.

As “Últimas Palavras” nos relatam: “Seu rosto recobrou a cor que possuía quando gozava de plena saúde, seus olhos estavam fixos para o alto, refulgentes de paz e alegria. Fazia certos movimentos com a cabeça como se alguém a houvesse ferido com uma flecha de amor e logo retirava a flecha para voltar a feri-la de novo. Irmã Maria da Eucaristia aproximou uma vela para ver de perto seu sublime olhar. Suas pupilas, à luz da vela, não apresentavam nenhuma reação. Ela prosseguia olhando para o alto e sorrindo... e depois exalou o último suspiro conservando seu sorriso”.


Muitos poderão se perguntar: o que terá a nos ensinar uma monja que morreu aos vinte e quatro anos. Eu diria: muita coisa! Seus ensinamentos revolucionaram a Igreja de seu tempo e essa revolução continua ocorrendo. Muitos religiosos e sacerdotes devem-lhe a vocação; muitos jovens solteiros e casais encontram nela um exemplo para viver sua vida cristã com humildade, simplicidade e sobretudo com um imenso amor e confiança em Deus.

Como Santa Teresinha se tornou padroeira das Missões se nunca saiu do seu Convento? muitos poderão questionar. Porque ela valorizou a oração e o sacrifício oferecidos a Deus para o bem dos outros. Esta é a razão de ser da vocação à Vida Contemplativa: viver em amorosa e constante intimidade com Deus. Quero usar uma comparação para esclarecer o que é a Vida Contemplativa.

Ela é com uma boa mãe que por amor a seu filho enfermo fica em casa cuidando dele, não tendo para essa mãe nenhum valor as festas e compromissos sociais, porque o amor é mais forte.

Na vida Contemplativa, a pessoa acompanha Jesus constantemente, se não abatido por alguma enfermidade, ao menos sedento de amor, pedindo-nos amor pelo muito que nos ama e a quem só retribuímos com desprezo e ingratidões. Esta foi a queixa de amor que Nosso Senhor Jesus Cristo fez a Santa Margarida Maria de Alacoque quando lhe mostrou seu Sagrado Coração. A mesma queixa de amor ele prossegue nos fazendo hoje.

Os pilares que sustentam a doutrina de Santa Teresinha são o Amor e a Confiança em Deus. A maior graça de sua vida foi compreender a Misericórdia de Deus para com os pequenos e pobres, porque são com os que mais acolhem a Deus. Ela nos dá exemplo de sua simplicidade na vida de oração, com confiança total e absoluta em Deus. Confiar e crer em Deus era para ela, esperar contra toda esperança sabendo que é Deus quem nos faz perfeitos não por nossas próprias obras ou méritos, mas porque nos deixamos guiar por Ele.

Ela encontrou e definiu sua missão na Igreja e nos diz: “minha vocação, finalmente a encontrei.... MINHA VOCAÇÃO É O AMOR. Sim, eu encontrei meu lugar na Igreja e foste tu, Deus, quem me deste este lugar. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o AMOR”.

Como Santa Teresinha, cada um tem uma missão na Igreja, no povo de Deus. Ele mesmo nos escolheu para tal missão e nos dotou de capacidades e aptidões para tanto. Deus não nos envia à guerra sem armas!

Santa Teresinha iniciou sua missão na terra oferecendo sua oração e sacrifício para salvar almas. Ela esta convicta que após sua morte continuaria trabalhando para a nossa salvação. Ela escreveu: “Quando eu morrer, minha missão começará. Farei cair sobre a terra uma chuva de rosas (de graças) sobre todas as almas, para que amem e façam amar a Deus”. Fonte. http://www.terezinha.com/

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